De acordo com o médico Gustavo Khattar de Godoy, a Síndrome de Burnout é um distúrbio psíquico caracterizado por esgotamento físico e emocional, despersonalização e sensação de ineficácia profissional. Embora possa atingir qualquer trabalhador, sua incidência entre profissionais da saúde é especialmente elevada devido à natureza exigente, emocionalmente intensa e, muitas vezes, imprevisível do trabalho.
Além disso, jornadas longas, carga horária excessiva e escassez de recursos humanos ou materiais agravam o cenário, tornando esse grupo particularmente vulnerável ao burnout. Entenda!
Quais são os principais sinais e sintomas do burnout em profissionais da saúde?
Os sintomas da Síndrome de Burnout se manifestam em três dimensões principais: exaustão emocional, despersonalização e redução da realização pessoal. Profissionais afetados frequentemente relatam sensação de cansaço extremo, falta de energia até para atividades simples, distanciamento afetivo de pacientes e colegas, cinismo, irritabilidade e perda de empatia.

Muitos sentem que não estão fazendo diferença, mesmo quando realizam um bom trabalho, destaca o Dr. Gustavo Khattar de Godoy. Fisicamente, podem surgir insônia, dores musculares, alterações de apetite e queda da imunidade. Ignorar esses sinais pode levar à progressão do quadro e impactar tanto a saúde mental do profissional quanto a segurança do paciente.
Como a pandemia da COVID-19 agravou os índices de burnout entre os profissionais da saúde?
A pandemia da COVID-19 foi um marco dramático no aumento dos casos de burnout entre profissionais da saúde. Segundo o doutor Gustavo Khattar de Godoy, a combinação de carga de trabalho desumana, escassez de equipamentos de proteção, incertezas sobre o vírus, medo de contaminar familiares e luto constante gerou um impacto sem precedentes.
Muitos atuavam em condições extremas, acumulando plantões exaustivos e sendo forçados a tomar decisões difíceis diante da falta de recursos. O isolamento social e a ausência de redes de apoio também contribuíram para a solidão emocional. Mesmo após a fase crítica da pandemia, muitos profissionais ainda enfrentam as consequências psicológicas e físicas desse período traumático.
Quais estratégias individuais podem ajudar na prevenção do burnout?
Do ponto de vista individual, a prevenção do burnout começa com o autoconhecimento e a capacidade de reconhecer os próprios limites. Técnicas de manejo do estresse, como meditação, mindfulness, exercícios físicos regulares e terapia cognitivo-comportamental, têm mostrado bons resultados na redução dos sintomas. Estabelecer uma rotina com momentos de lazer, descanso adequado e desconexão do trabalho é fundamental.
No entanto, a responsabilidade pela prevenção do burnout não deve recair apenas sobre o indivíduo, pontua o Dr. Gustavo Khattar de Godoy. As instituições de saúde têm um papel crucial ao promover ambientes de trabalho mais saudáveis, colaborativos e humanizados. Isso inclui gestão de cargas horárias justas, programas de apoio psicológico, incentivo ao autocuidado, canais seguros para denúncias de assédio ou sobrecarga e políticas claras de valorização profissional.
Em conclusão, transformar a cultura da saúde é essencial para combater a epidemia silenciosa do burnout. Para o médico Gustavo Khattar de Godoy, isso exige um movimento coletivo que valorize não apenas a excelência técnica, mas também o bem-estar emocional dos profissionais. Precisamos resgatar a humanidade dentro dos hospitais e clínicas, fomentar a empatia entre colegas e incentivar líderes a adotarem posturas mais inclusivas.
Autor: Dorkuim Lima